O Instituto Inclusão, localizado no Distrito Federal, atua desde 2002 no acolhimento e no desenvolvimento de crianças, adolescentes, adultos e famílias em situação de vulnerabilidade social. Por meio de oficinas, acompanhamento psicológico e projetos multidisciplinares, a organização possibilita que os integrantes criem vínculos sociais, ampliem seu acesso à aprendizagem e melhorem sua qualificação pessoal e profissional.

Cada cidadão que procura apoio no Instituto Inclusão carrega consigo uma história de superação e transformação. Um dos exemplos do impacto real da instituição é a trajetória de Sérgio Rodrigues, que chegou ao projeto em situação de extrema vulnerabilidade, após a separação da esposa e em meio a um quadro de dependência química. Com o apoio da equipe psicossocial e das ações oferecidas, Sérgio iniciou um processo de reconstrução pessoal.

Com unidades em Ceilândia Norte, Taguatinga e São Sebastião, o Instituto desenvolve atividades que vão além do entretenimento, contando com uma equipe comprometida em reduzir as desigualdades sociais e promover a dignidade humana. Coordenado por Eduardo Pereira, assistente social com mais de seis anos de experiência, o Instituto tem como missão gerar impacto direto na vida das pessoas atendidas. Segundo ele, o objetivo do programa é promover inclusão social e defender os direitos de quem vive em situação de risco.

Formação cidadã e prevenção de vulnerabilidade

O projeto contribui para diminuir a exposição dos jovens a riscos sociais, como uso de drogas, prostituição, gravidez precoce, criminalidade, trabalho infantil e exploração sexual, ao mesmo tempo em que conscientiza sobre a importância da prática esportiva e os incentiva a exercerem seus direitos como cidadãos. Entre as iniciativas desenvolvidas, destaca-se o E-Sport, voltado ao público adolescente, que oferece atividades focadas em melhorar o convívio comunitário e os laços afetivos.

Através dos projetos, os participantes desenvolvem habilidades como inclusão digital, pensamento crítico, resolução de problemas, comunicação, trabalho em equipe e criatividade, competências fundamentais para a inserção no mercado de trabalho e para a convivência em sociedade. A organização também oferece oficinas de futebol, jiu-jitsu, dança, corte e costura e informática básica, com foco na capacitação profissional.

A psicóloga Cleidiane Tolentino, que passou a integrar o Instituto após a pandemia, destaca o diferencial da atuação conjunta entre as áreas social e psicológica. “A equipe psicossocial trabalha para que as famílias deixem o acolhimento com autonomia e dignidade. As mudanças não são imediatas, mas são concretas”, afirma. Além do apoio familiar, oficinas e atividades realizadas durante o acolhimento institucional são fundamentais para o desenvolvimento emocional de crianças e adolescentes. Essas ações reforçam o senso de pertencimento e a compreensão de direitos e deveres. Nesse contexto, o trabalho psicológico atua como uma ferramenta de valorização pessoal dos participantes.