Cerca de 15 milhões de brasileiros ainda não declararam o Imposto de Renda

Quem não entregar declaração estará sujeito a multa, CPF bloqueado e mais sanções.

Maximus José Lavers Hernández

Postado em 04/06/2025

A apenas três dias para o prazo final (30/05), cerca de 15 milhões de brasileiros ainda não enviaram suas declarações de Imposto de Renda 2025. Apesar da corrida contra o tempo, a Receita Federal aponta que a maioria das declarações já entregues – 64,9% – resultará em restituição. Por outro lado, 19,2% dos contribuintes terão imposto a pagar, e 15,9% não terão valores a receber nem a pagar.

A preferência pelo programa de computador segue forte, com 83,3% dos envios. No entanto, a praticidade das plataformas digitais vem ganhando espaço: 11% optam pelo preenchimento online, que salva um rascunho na nuvem, e 5,8% usam o aplicativo “Meu Imposto de Renda” no celular.

Quase metade dos declarantes, 48,1%, aproveitou a facilidade da declaração pré-preenchida, que permite baixar um rascunho com dados já inseridos, exigindo apenas confirmação ou ajustes. O desconto simplificado foi escolhido por 56,4% dos contribuintes. Vale lembrar que a liberação completa dos dados da declaração pré-preenchida, prevista para 1º de abril, sofreu atraso este ano devido à greve dos auditores fiscais da Receita.

Plataformas digitais fornecem o preenchimento online (Crédito: Pexels)

Considerações

Atrasar a declaração do Imposto de Renda pode sair caro. Quem não entregar até 30 de maio enfrentará uma multa mínima de R$ 165,74, valor que pode aumentar significativamente se houver imposto a pagar. As consequências vão além do financeiro: seu CPF pode ser bloqueado, impedindo a emissão de passaporte, acesso a empréstimos, matrículas universitárias e até nomeações em concursos públicos.

Segundo o professor e doutor em economia pela Faculdade de Administração, Contabilidade, Economia e Gestão de Políticas Públicas (FACE-UnB) Riezo Almeida, coordenador do curso de Ciências Econômicas do Instituto de Educação Superior de Brasília (IESB), a declaração pré-preenchida e o uso de aplicativos móveis têm crescido, mas ainda há resistência. Sobre o tema, ele sinaliza o papel da coordenação e da função dos acadêmicos: “O curso de Ciências Econômicas do IESB está apoiando os cidadãos no sentido de dar educação financeira de entendimento. Já num âmbito mais economista somos mais detalhistas, indo atrás de ações e resultados da bolsa de valores.”

Alguns contribuintes fazem a declaração sem a consulta de um profissional da economia (Crédito: Pexels)

Para Jean Braz, Presidente Institucional da Ábaco, empresa que presta consultoria contábil, o fenômeno da não declaração dos brasileiros faltando poucos dias úteis para o encerramento do prazo tem explicação. “Muitos brasileiros tem a rotina corrida, é natural que a declaração fique pra última hora. Mas o que a gente tem percebido como organização, é que muitas pessoas acham que o pré-preenchido resolve tudo, mas os dados não estão cem por cento verificados, falta um contato humano”.

“Para os contribuintes que ainda não efetuaram a declaração eu recomendo que comece agora, com cuidado, veja se está tudo certo, procure ajuda de um profissional, não vale a pena cair na malha fina ou pegar uma multa”, relata Jean.