Adolescentro é referência no atendimento a adolescentes

A partir deste mês de julho o espaço vai atender pacientes a partir de 10 anos

Ana Clara Santana Vilela

Postado em 09/07/2025

O Adolescentro é um espaço ambulatorial voltado para o acolhimento de adolescentes de 12 a 18 anos: são feitos em média 5 mil atendimentos por mês. A equipe é composta por diversos profissionais, como psiquiatras, neurologistas, ginecologistas, homeopatas, pediatras e especialistas na saúde do adolescente, os hebiatras. Contam também com psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos, TO (terapia ocupacional), enfermeirose fisioterapeutas.

Marineide Costa Macedo, supervisora do espaço, diz que a criação do Adolescentro foi uma necessidade apontada por alguns servidores. Antes, os atendimentos eram feitos no Hospital de Base em um ambulatório, com psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais. “A demanda por atendimento de adolescentes com questões de saúde mental foi aumentando e foi preciso ter um local específico”, conta a supervisora.

Aproximadamente um em cada seis adolescentes sofrem de algum tipo de transtorno mental. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), isso equivale a cerca de 15% da população adolescente em todo o mundo.

Banco de imagens Unsplash.

A partir deste mês de julho o Adolescentro vai atender pacientes a partir de 10 anos. “Além da faixa etária requerida, o adolescente deve estar em sofrimento mental moderado, não pode ter instabilidade e não pode estar em situação considerada grave”, explica Marineide. Segundo ela, diversos fatores podem causar um transtorno emocional, como a depressão, ansiedade ou dificuldade escolar Tambem são acompanhados  pacientes vítimas de violência sexual e os pacientes trans.

Os atendimentos são feitos em grupo ou individualmente. O pessoal da residência multiprofissional desenvolve um trabalho com os adolescentes para eles saírem do foco do adoecimento. “Um momento de encontro para eles poderem socializar”, relata. Eles fazem atividades externas ou visitas, como ao CCBB ou ao cinema. Também oferecem trabalhos em grupos, como, por exemplo, a horta terapêutica.

No Adolescentro, eles têm grupos que condizem com a necessidade do paciente. “Se o paciente é autista, ele vai para um programa diferente, se ele é DI, que é o déficit intelectual, é outro, se é da violência sexual, outro grupo. O pessoal da diversidade, os trans, questão de transgeneridade, outro grupo. Então, por aí vai, são vários segmentos do adolescente”, informa Marineide.

Foto tirada do banco de imagens FreePik.

A supervisora relata que um dos maiores desafios é a acessibilidade do paciente ao local. “Ele não consegue chegar por algum motivo, falta de dinheiro ou porque perdeu o ônibus, ou alguma outra coisa”, relata. Eles atendem não só pessoas aqui  do DF, como também pessoas que moram nas cidades do Entorno.

São mais de 14 mil pessoas na fila para o Adolescentro e para o infanto-juvenil. Eles recebem muitas solicitações e infelizmente não conseguem atender todo mundo. Um dos projetos que a unidade oferece é a educação permanente nas terças-feiras. “Um horário protegido que o Serviço de Saúde Mental do DF conseguiu há muito tempo”. Marineide também ressalta que é um grupo muito bem preparado e que estuda. “Uma equipe que vai atrás, discute os casos. Então,  se tem um caso difícil, leva pra reunião, todo mundo participa”, conclui.