A poluição dos oceanos é 80% composta por plástico, segundo um estudo global publicado na revista Nature Sustainability. O plástico, dessa maneira, se caracteriza como um dos maiores condutores de poluição da atualidade. Nesse sentido, as mais diversas práticas sustentáveis estão sendo planejadas para reverter as adversidades causadas pela produção e consumo do plástico, como as famosas ecobags, que se transformaram em um item fashion.

Giovanna Pereira, de 19 anos, é estudante e dona da loja on-line GIP SEA (@_gipsea), onde comercializa ecobags personalizadas. “Minha mãe fez algumas ecobags para nós usarmos durante o dia a dia e eu comecei a gostar de usar. A partir daí, surgiu a iniciativa”, disse Giovanna ao ser perguntada sobre como surgiu a ideia de comercializar as sacolas sustentáveis. “Eu compro o tecido e minha mãe costura a ecobag em casa, para em seguida ser personalizada por mim. O cliente tem a liberdade para escolher a arte a ser pintada com tinta de tecido”, completou.

Quando questionada sobre a preocupação ecológica vinculada à produção das ecobags, Giovanna disse que compra o tecido composto 100% de algodão, uma vez que tecidos sintéticos são compostos por plástico. “Elas são ecológicas pois são feitas de um material resistente e não possuem plástico, uma vez que tecidos sintéticos, quando lavados liberam partículas de plástico na água”, explicou. Giovanna diz ainda que é importante cada um fazer a sua parte, afirmando que cada atitude conta. 

As ecobags se tornaram tendência no ramo da moda por poderem ser personalizadas e adaptadas ao look. A produtora de conteúdo digital, Geovanna Pacheco, aderiu a essa prática sustentável. “As ecobags são super práticas e fáceis de usar, não incomodam e podem ser usadas para tudo”, afirma Geovanna. “Achei muito legal poder personalizá-las, de acordo com sua identidade. Elas estão super em alta, e acho que sempre estarão”, completou.

A professora de Moda e Sustentabilidade, Thaís Maria, explica que a sustentabilidade tem sido muito debatida devido à necessidade de incluir valores ecológicos à moda. “As ecobags estão ligadas à ideia de reduzir. É a ideia de que você pode ter uma sacola que possa usar várias vezes, para substituir a sacola de plástico. Hoje existem vários tipos de ecobags, e a principal ideia é de que elas sejam usadas várias vezes, mesmo que seja um plástico resistente. Todavia, as pessoas que levantam a bandeira da sustentabilidade defendem tecidos orgânicos e naturais, que sejam facilmente biodegradáveis quando entrarem em contato com a natureza, com preferência para tecidos de algodão cru, que geralmente tem coloração bege”, afirmou. 

Políticas públicas sustentáveis

O governador do Distrito Federal, Ibanes Rocha (MDB), prorrogou para julho de 2022 o prazo de substituição de sacolas plásticas por sacolas sustentáveis e resistentes, levando em consideração o projeto de lei (PL) nº 1.251/2020. Givanildo de Aguiar, gerente geral do Sindicato de Supermercados (SINDSUPER) diz que o posicionamento do sindicato é totalmente favorável à proibição do uso de sacolas plásticas nos supermercados. “A substituição do uso de sacolas plásticas não gera nenhum tipo de prejuízo financeiro aos supermercados.  […] As sacolas biodegradáveis e ecobags são benéficas para os supermercados, para o consumidor final e, principalmente, para o meio ambiente”. O SINDSUPER e o Fecomércio ainda contribuem com a campanha ”#SacolaRetornavelSim”, na qual ambos incentivam a mudança de hábito do consumidor.