E-learning: a chave para potencializar o estudo multilingue
O método de estudo on-line faz com que o aluno seja o protagonista do seu próprio aprendizado
Postado em 06/05/2024
A forma de estudo on-line de línguas estrangeiras vêm se popularizando. O fácil acesso, a flexibilidade do ensino e a independência do estudo são os motivos principais que atraem o público a buscar essa nova maneira de aprender um idioma diferente. Essa forma de educação é conhecida como e-learning, que traz ao estudante técnicas e métodos para transmitir informações através de plataformas digitais e da internet, usando simulações que se aproximam da prática como questionários, palestras, workshops e inclusive jogos.
O e-learning se popularizou após o período da pandemia. Essa época foi a responsável por quebrar um tabu existente entre professores, alunos e responsáveis sobre o estudo no ambiente virtual. Acreditava-se que o conteúdo ensinado não seria repassado de forma eficaz para os alunos, impactando assim em seu aprendizado e formação. Entretanto, com sua adaptação sendo feita no período de lockdown e o avanço da tecnologia, foi possível desenvolver uma forma de ensinamento mais eficiente. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Semesp, 60% dos alunos de IES públicas classificaram o nível de aprendizagem durante as aulas remotas como ótimo ou bom.
A tendência é que o interesse em e-learning cresça em 110% até 2026, de acordo com a pesquisa intitulada “E-learning Market – Global Outlook & Forecast”. Para a coordenadora dos cursos de licenciatura de pedagogia, letras e história do IESB, Gabriela Carneiro, por conta da ascensão das inteligências artificiais, este ensino tem o potencial de se desenvolver e se tornam necessárias boas práticas de conscientização. “Precisamos de políticas públicas bem definidas, de fiscalização, de regulamentação. Precisamos de profissionais das áreas de tecnologia, educacional , design instrucional e programação que estejam antenados a todo esse movimento para que seja possível mudar a concepção culturalmente e mentalmente a respeito do tema.”
Este método permite aos professores uma certa variedade de atividades que possam ser trabalhadas através do e-learning com texto, áudio, vídeo e imagens. Assim a aprendizagem se torna mais significativa no sentido de incentivar a participação e motivação dos alunos mesmo de forma remota. Gabriela explica que a dinâmica das aulas deste método são pensadas a fim de garantir uma qualidade de ensino melhor para o aluno ao pensar em todo o processo de ensino aprendizagem, tanto da perspectiva do professor quanto da perspectiva do aluno. Também é importante ter um ótimo modelo de design instrucional, conseguindo dentro da plataforma criar trilhas e experiências de aprendizagem significativas. ” É preciso pensar no estilo de ensinamento, pensar na organização da plataforma, na disposição desse material, nas atividades avaliativas e na facilitação desse processo de apoio para o estudante, seja ele digital, técnico ou pedagógico”, completa.
Comparado com a prática presencial, a coordenadora acredita que essa modalidade ainda é a melhor no quesito aprendizagem; entretanto, depende muito da forma como o conteúdo é apresentado, pois a forma de estudo e ensino adquirido vai de cada um. Alguns conseguem ter o domínio completo do idioma em questão de meses, enquanto outros demoram muito tempo e até mesmo desistem do processo. Dessa forma, cabe somente ao indivíduo decidir qual das duas formas é mais benéfica para seu aprendizado.
Gabriel Xavier, estudante de História na Universidade de Brasília (UnB), explica como foi sua experiência ao fazer as duas modalidades de ensino. “Sempre tive interesse pela língua chinesa, porém não existia um curso presencial por se tratar de um idioma incomum. Optei por procurar cursos e encontrei alguns que me auxiliaram bastante no básico da língua estrangeira. Com o tempo fui aprendendo e aprimorando meu aprendizado. E com a minha entrada na UnB, pude fazer um curso presencial que trazia esse ensinamento da língua chinesa, mas no fim me serviu mais como uma complementação daquilo que eu já havia estudado sozinho de forma on-line.”
Para funcionar, é necessário que a plataforma facilite a navegação para o aluno, trazendo ícones objetivos e claros, onde com poucos cliques ele possa ter acesso ao conteúdo e possa fazer o download e upload de materiais e de informações de forma mais precisa. Dessa forma, isso acaba por influenciar na metodologia ativa do estudo, fazendo com que o aluno seja o protagonista do aprendizado se tornando mais participativo, criativo, reflexivo e colaborativo no processo.
Este estudo permite que a pessoa possa estudar de qualquer lugar do mundo, além do dia e horário que ela quiser, desde que tenha um computador ou até mesmo celular para acessar o conteúdo, como uma gravação de uma aula ou um exercício, tornando-se assim um estudo autônomo. Isso permite que os estudantes que possuem dificuldades em compreender a tempo uma aula, possam no seu limite estabelecido conseguir ler, reler e fazer as atividades previstas dentro do seu próprio tempo.
Gustavo Fernandes, estudante de direito, relata que tinha o interesse em aprender italiano, mas por causa de sua rotina, faltava tempo para que conseguisse conciliar um curso durante a semana. “Havia despertado um interesse grande nesse idioma (italiano) e como o tempo não me permitia ir atrás, optei por buscar maneiras on-line de aprender sobre a língua e me deparei com um aplicativo chamado Duolingo, nele pude compreender e entender bastante sobre a língua estrangeira. Não possuo o domínio completo dela ainda, porém estou no processo”.
Esta plataforma é uma das mais famosas do mundo todo e extremamente prática no quesito de aprendizado on-line, onde traz níveis desde o básico ao avançado sobre o idioma que o aluno deseja aprender. Ela permite ao usuário fazer seus estudos de forma autônoma quando e onde quiser de graça através de atividades diárias, sendo elas montagem de frases, seleção de imagens, repetição de uma fala, dentre outras. Em 2023, de acordo com um relatório publicado pelo próprio Duolingo, mais de 23 bilhões de aulas foram concluídas e quase um bilhão e meio de horas foram dedicadas ao aprendizado no aplicativo.