Distrito Federal tem um milhão e meio de animais abandonados nas ruas

Iniciativas da comunidade ajudam no resgate de cães e gatos

Guilherme Nunes

Postado em 27/03/2024

Ao andar pela cidade, você certamente encontrará algum animal abandonado. Cães ou gatos vivendo à própria sorte. São cenas que vêm se repetindo cada vez mais no DF. A Confederação Brasileira de Proteção Animal (CBPA) calcula que, no Distrito Federal, há cerca de 1 milhão e meio de cães e gatos nas ruas.

Sem a garantia do apoio de abrigos e políticas de enfrentamento por parte órgãos públicos, a maioria dos animais permanece nas ruas sujeitos a doenças. E onde não existem iniciativas públicas , a vontade de fazer o bem emerge de pessoas comuns.

É o caso da Carla Carvalho, moradora de Sobradinho, bibliotecária e arquivista de 49 anos. O amor pelos animais sempre esteve presente em sua vida. “É uma forma de amar tão pura, não consigo imaginar minha vida sem meus bichinhos, sem ajudar os animais que precisam[…]”.

Carla Carvalho e Luke – Arquivo Pessoal

Carla está à frente de vários projetos. Considerado por ela como o mais especial, “Meu Pet Sumiu” localiza animais desaparecidos, resgata os que foram abandonados ou estão em situação de vulnerabilidade, proporciona a adoção responsável e acompanha os animais já abrigados ou em situação de rua. Tudo isso acompanhado de uma grande rede de apoio. “Todos esses projetos são tocados com os esforços e apoio de grupos de amigas e de voluntários, além das doações que sempre são de extrema importância”.

Mesmo com tamanho esforço da comunidade, os números crescem. O DF conta com apenas um Serviço Veterinário Público (HVEP), que disponibiliza cerca de 10 a 15 fichas de atendimento por dia, insuficientes para o grande número de necessitados, que geralmente recorrem a clínicas privadas e pagam valores exorbitantes.

A Lei nº 14.064, de 2020 diz que em caso de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar os animais cão ou gato, a pena aplicável será de reclusão, cuja dosimetria variará entre o patamar mínimo de dois a cinco anos. Ainda que seja uma lei em vigor, não existe uma fiscalização eficiente para estes casos. A necessidade de abrigos públicos de proteção animal é urgente, para garantir o direito à vida e o bem-estar.