Com o avanço da tecnologia, cada vez mais presente no cotidiano, os profissionais ligados à área já eram bastante requisitados, mas com a chegada da pandemia de Covid-19 e e o fato de diversas empresas precisarem deixar seus funcionários atuando remotamente, a necessidade de mão de obra especializada na área disparou.

Segundo dados do relatório elaborado em 2021 pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), até setembro daquele ano foram gerados mais de 123 mil novos empregos ligados à área de tecnologia, um crescimento de mais de 180% em relação ao ano de 2020.

Ainda de acordo com esse relatório, a remuneração média paga aos profissionais passa dos R$5 mil, a maior parte das vagas no Brasil se concentra em São Paulo e uma das áreas que são responsáveis por grande parte das oportunidades de emprego são as chamadas “tecnologias maduras” que incluem Big Data & Analytics, Nuvem e Web Mobile.

O Brasil forma cerca de 53 mil profissionais por ano, mas esse número está muito abaixo da necessidade do mercado, que é de pelo 159 mil. O documento indica ainda que a projeção de contratações relacionadas a tecnologia até 2025 é bastante alta, deve ultrapassar as 700 mil vagas.

Felipe de Melo é brasileiro e mora em Alicante, na Espanha. Ele é formado em Direito, mas optou por continuar se especializando e escolheu a área de TI. Alguns dos motivos que fizeram o jovem se dedicar ao setor é a possibilidade de trabalhar de qualquer lugar do mundo, além dos altos salários e das boas oportunidades . Felipe tem interesse em atuar como Desenvolvedor de Web que cuida do front-end (parte do usuário e interface) e no back-end (parte do servidor).

Já Guilherme Fragali atua como Gerente de Relacionamento em uma instituição bancária no Brasil, mas assim como Felipe, busca conhecimentos na área de TI visando o desenvolvimento profissional e aproveitando também o bom momento do mercado.

Como em todas as carreiras, a área de TI também conta com sua parcela de desafios. Para Guilherme, algumas das dificuldades relacionadas a essa área de conhecimento estão ligadas a absorção de conteúdos. Ele os considera ambíguos e com uma linguagem de difícil compreensão para quem não é do ramo. Outro aspecto negativo está relacionado a oferta de cursos que, segundo ele, não acompanha as atualizações pedidas pelo mercado.

Felipe destaca motivos diferentes. Apesar do mercado oferecer altos salários e possuir um grande déficit de bons profissionais, as empresas não se mostram dispostas a preparar os jovens talentos. Outro grande desafio é a necessidade de atualização constante.

A professora Patrícia Moscariello, coordenadora dos cursos de Ciência da Computação e Engenharia da Computação do IESB, também falou um pouco sobre o tema. Segundo ela, o perfil do mercado de TI é jovem e algumas das competências que os estudantes devem ter é proatividade, saber trabalhar em equipe e não ter medo de buscar o aperfeiçoamento constante. “A computação muda sempre, a todo o minuto, sempre tem uma coisa nova para aprender e esses profissionais devem estar ligados para absorver as novas informações”.

Patrícia elenca como maior vantagem a necessidade do mercado por estes profissionais. Segundo a professora, que atua na coordenação do curso há 10 anos, dificilmente os alunos ficam sem emprego. Ela acredita que este movimento de busca por pessoas que atuem nas diversas áreas da Tecnologia da Informação se manterá por muito tempo.