Dieta sem carne pode ser rica em nutrientes

Alimentos de origem vegetal devem entrar no cardápio em substituição à proteína animal

Giovanna Veloso Reis

Postado em 27/04/2022

Alimentação vegetariana é rica em diversidade | Foto: Elsa Olsson

Levantamento divulgado em fevereiro de 2022 pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mostra que o Brasil é o terceiro país que mais consome carne no mundo. Ingerir a proteína animal sempre esteve associado a bem estar, saúde física e sabor, ou seja, aquele que come carne é reconhecida como uma pessoa nutrida e forte. 

Entretanto, com o avanço dos estudos científicos, está comprovado que é possível ter uma vida saudável sem o consumo de carne, além de que uma dieta rica neste tipo de alimento só faz aumentar a derrubada de florestas para a criação de pastos. Assim, a adoção de dietas sem carne vem se tornando cada vez mais comum entre a população. Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), cerca de 30 milhões de brasileiros são vegetarianos e 7 milhões são veganos. 

O vegetarianismo e o meio ambiente

A SBV lista uma variedade de motivos que explicam as vantagens da exclusão dos produtos de origem animal da alimentação, dentre eles estão razões éticas, sociais, de saúde e, principalmente, ambientais.

“A criação de animais para consumo é ambientalmente desastrosa. Uma das formas mais eficazes de mudar os nossos hábitos em favor de um meio ambiente mais saudável e equilibrado é, sem dúvida, adotar uma alimentação vegetariana.” informa o portal da Sociedade.

De acordo com dados divulgados pela ONU em 2020, o setor pecuário, a criação de gado e o cultivo de produtos de origem animal é responsável não apenas pela erosão de solos e contaminação de mananciais aquíferos do mundo mas também por 14,5% das emissões de gases do efeito estufa e pelo desmatamento da Amazônia, além de que 97% do farelo de soja e 60% do milho produzidos globalmente são utilizados para virar ração para as fazendas e granjas industriais, diminuindo a eficiência na produção de alimentos.

A dieta vegetariana

Levando em consideração todo o histórico humano na alimentação carnívora, com certeza a parte mais complicada de parar de comer carne é, não apenas ajustar o cardápio, mas também conviver em ambientes com pessoas que consomem produtos de origem animal. Segundo a psicóloga e vegetariana Luiza Santiago muitas pessoas desistem de manter uma dieta vegetariana pela pressão familiar e pela dificuldade em encaixar na rotina uma alimentação especial que muitas vezes exige um trabalho maior. “Muitas pessoas não são apoiadas por suas famílias nessa iniciativa e acabam criando esse medo bobo de que se não comerem carne vão ficar doentes ou então serão julgadas, mesmo com a normalização desse assunto, a desinformação afeta psicologicamente e influenciam muitas pessoas a desistirem”, diz Luiza.

É sim possível reconhecer o vegetarianismo como um modo de vida saudável, segundo a nutricionista Deusilete Almeida. O corpo humano, quando se estabelece sem o consumo de carne, pode realmente sofrer influência em fatores como melhoria de problemas de pele, redução do risco de doenças cardíacas e aumentar a longevidade. “Uma dieta sem carne pode ser equilibrada e suprimir todas as necessidades vitamínicas e minerais, se esta proteína for substituída da forma certa”, informa a nutricionista.

Há diferentes alimentos de origem vegetal que são ricos em proteínas e adequados para o consumo de quem busca uma dieta saudável e um estilo de vida melhor. Esses alimentos são repletos de nutrientes que o corpo precisa para funcionar bem, ter disposição e saúde, entre eles estão:

  • Soja: Uma xícara de chá do grão equivale a um peito de frango pequeno. A soja também é uma grande aliada no combate ao colesterol.
  • Tofu: A cada 100 gramas, 10 são de pura proteína, tudo isso com baixas calorias. Ele também é de grande ajuda à saúde da mulher.
  • Lentilha: A lentilha tem bons níveis de proteína, necessários para o organismo, fibras e minerais. 
  • Espinafre: É uma ótima fonte de aminoácidos, ferro, cálcio, fósforo e a cada 100 g, 7 g são de proteína.