PIX conquista consumidores e se torna opção para pagamentos
Segundo dados do Banco Central, em menos de um ano, o número de chaves cadastradas subiu cerca de 220% em 2021.
Postado em 27/09/2021
O PIX, meio de pagamento e transferência bancária, desenvolvido pelo Banco Central (BC), ganhou a confiança dos brasileiros antes mesmo de completar um ano de uso. Desde a sua ativação, em novembro de 2020, o PIX vem ganhando cada vez mais adeptos. Ao oferecer praticidade, rapidez, segurança e comodidade para consumidores e donos de lojas por todo o Brasil é cada vez maior o número de usuários que buscam pagar suas contas e compras em segundos por meio do aplicativo do banco.
De acordo com dados publicados pelo BC, o número de chaves cadastradas subiu mais de 220% de novembro de 2020 até agosto de 2021, e as transações deram um salto de cerca de 33 milhões no primeiro mês para quase 974 milhões nove meses depois. O público de 20 a 29 anos é o que mais utiliza esse recurso, e atualmente a região sudeste aparece com 47% das transações.
O doutorando em economia pela UnB, Matheus José destaca um dos motivos que levou o PIX a se tornar um dos principais meios de pagamento adotados pela população brasileira: “Superou as expectativas a forma com que o brasileiro abraçou a ideia do PIX. Mas, qualquer meio que facilite o intercâmbio comercial, e que não tenha custos para a população em geral no dia a dia, cai nas graças do brasileiro com extrema facilidade, o que auxilia na movimentação da economia, que é algo de singular relevância”.
Comércio livre de taxas
A aceitação do novo meio de pagamento pelos consumidores foi uma excelente notícia para os comerciantes que projetam uma diminuição dos pagamentos via cartão de débito. Com a nova ferramenta, os vendedores terão menos taxas para pagar. “Eu adotei o PIX. Foi uma forma de diminuir as taxas, por causa das maquininhas, que, em cada transferência, cobra uma taxa”, disse Gil Rodrigues, proprietário da Terra Vermelha, loja do departamento de vestuário no Águas Claras Shopping.
Apesar das transações serem livres de taxas, Fabiana Caixeta, sócia de uma das filiais do Restaurante Spoleto, em Águas Claras, conta que aplicou o novo formato de pagamento em seu estabelecimento, mas, mesmo assim, menos de 1% dos pagamentos mensais são realizados via PIX por seus compradores, e está bem longe de ser o principal meio procurado.
Mesmo que em alguns setores o número de transações feitas com o PIX não seja um número expressivo, o meio de pagamento vem ajudando os micro e pequenos empresários, além dos autônomos, a se estabelecerem e crescerem durante a pandemia, em setores de gastos básicos e baixos, já que a questão da segurança operacional ainda está em debate e constantes mudanças.
O autônomo João Paulo Melo, montador de móveis, viu um crescimento nas contratações depois que adotou o Pix como forma de pagamento. Hoje, cerca de 90% dos pagamentos de seus serviços são realizados pelo celular. “Adotei pela facilidade de recebimento e comodidade para os clientes que, em alguns casos, não podem sair de casa para sacar dinheiro ou, até mesmo, não estão na residência no momento que concluo o serviço”, conta.
Com a ascensão da ferramenta, o meio de pagamento alcançou até os consultórios clínicos. Hoje, consultas e procedimentos também têm a opção de serem pagas através do PIX. Vitor Inácio, cirurgião dentista, conta que começou a aceitar desde a implementação nos bancos. Para ele, a facilidade se dá pela disponibilidade instantânea do dinheiro, além da dinamicidade para os próprios pacientes que, agora, não precisam sacar o dinheiro ou pagar taxas de transferência. Hoje os pagamentos feitos por meio do PIX em seu consultório correspondem a cerca de 70% realizados mensalmente. “A maioria dos pacientes antes pagavam no cartão ou cheque. Hoje, o PIX isenta da taxa do cartão de crédito, e dá maior segurança quando comparado com o pagamento em cheque, pois você recebe o dinheiro na hora e não precisa depender de ter que depositar o cheque no banco”, pontua.