Arte é ferramenta para trabalhar saúde mental de jovens em vulnerabilidade social

Projetos como o Instituto Olga Kos e a Casa de Ismael utilizam artes visuais e fotografia para promover a saúde mental e inclusão de crianças e adolescentes em vulnerabilidade.

Brunna Correia Ramos

Postado em 24/04/2025

A arte tem se mostrado uma boa ferramenta terapêutica para jovens em situação de vulnerabilidade social. Iniciativas como o Instituto Olga Kos e a Instituição de acolhimento Casa de Ismael utilizam a arte, por meio de oficinas de artes visuais e fotografia, para ajudar esses jovens a expressar suas emoções, superar traumas e fortalecer sua saúde mental, promovendo inclusão e autoestima.

Pesquisas científicas têm mostrado que a arte pode desempenhar um papel fundamental na promoção da saúde mental. Um estudo publicado na American Journal of Public Health em 2016 revelou que a arteterapia pode reduzir níveis de estresse e melhorar o bem-estar psicológico. Além disso, segundo a Harvard Medical School, a prática de atividades artísticas estimula a área do cérebro relacionada à regulação emocional, ajudando na redução da ansiedade e de sintomas de outros transtornos.

Nathalia Ramos, psicóloga que atua no projeto “Mãos que Transformam” desenvolvido pelo Instituto Olga Kos e a Instituição de acolhimento Casa de Ismael, que acolhe crianças e adolescentes entre 0 e 17 anos em situação de vulnerabilidade social, comenta a importância da arte no processo terapêutico. “Arte é um canal muito importante para a expressão emocional, especialmente para jovens que enfrentam dificuldades. Muitas vezes, as palavras não são suficientes para descrever o que se sente, e é aí que a arte entra como uma válvula de escape. Ela permite que eles externalizem o que está dentro, promovendo o autoconhecimento e a cura emocional”. Segundo Nathália “Nise da Silveira sempre disse que a arte é capaz de revelar o inconsciente de maneira que outras formas de terapia não conseguem. Para os nossos jovens, essa prática artística serve como uma ponte entre o sofrimento e a superação”, conclui a psicóloga.

O Instituto Olga Kos é uma organização sem fins lucrativos que atua desde 2007 com foco na inclusão social de pessoas com deficiência e em situação de vulnerabilidade. Em Brasília, a instituição desenvolveu no ano passado projetos nas áreas de artes visuais e esportes, buscando promover a integração e a inclusão de pessoas em vulnerabilidade e com deficiência. A instituição localizada na 913 norte oferece suporte a crianças e adolescentes em situação de risco social. Em parceria com o Instituto Olga Kos, a Casa de Ismael participa do projeto “Mãos Criativas”, que visa utilizar a arte como ferramenta terapêutica para promover a saúde mental e o desenvolvimento emocional dos jovens atendidos. Por meio de oficinas de artes visuais e fotografia, o projeto proporciona aos participantes a oportunidade de expressar suas emoções, fortalecer sua autoestima e desenvolver habilidades socioemocionais, contribuindo para sua inclusão social e bem-estar psicológico.

Instituição de acolhimento localizada na 913 norte

Projetos de arte e fotografia

A arte e a fotografia oferecem aos jovens uma forma de expressar emoções e experiências de maneira criativa e terapêutica. Essas atividades ajudam no autoconhecimento, fortalecem a autoestima e facilitam a comunicação de sentimentos difíceis de verbalizar, principalmente quando o indivíduo vive em uma camada da sociedade que é em grande parte invisibilizada. “A arte é uma ferramenta poderosa para quem vive em vulnerabilidade social. Ela permite que os jovens se expressem, encontrem força e reconstruam sua autoestima. Aqui, cada obra, cada fotografia, é uma oportunidade de dar voz a quem, muitas vezes, é silenciado”, explica Gabriel Xavier, professor de arte no projeto “Mãos Criativas.

Projeto “Mãos Criativas” aposta na arte como caminho para transformação.

“Aqui no Instituto, acreditamos que a arte é um caminho para a transformação. Ela oferece aos jovens a oportunidade de se expressar, se reconectar consigo mesmos e com o mundo. Em cada obra criada, vemos um passo a mais na construção de um futuro mais saudável e inclusivo”, expressa com muita emoção e alegria, coordenadora do projeto em Brasília.