Voluntários encaminham animais abandonados para adoção

Processo começa com o resgate e vai até o encontro de um lar para o animal, que costuma passar pela castração, reabilitação e readaptação

Beatriz Campos

Postado em 09/06/2022

Com a pandemia, houve um aumento na quantidade de animais abandonados em Brasília. Em alguns casos, tutores perderam o emprego ou renda e deixaram de ter condições para manter os pets. Outros fizeram a adoção durante o período de quarentena e depois mudaram de ideia quando a vida voltou à normalidade. Diante deste cenário, algumas pessoas que já se preocupavam com a causa se mobilizaram e se tornaram voluntárias para cuidar destes animais, castrá-los e fazer com que fossem adotados.

Clélia Silveira, 57, é cuidadora de gatos e tem o hábito de resgatá-los desde criança. Ela tem uma rotina diária com os bichanos: alguns moram no seu apartamento, outra quantidade maior em uma casa separada e há ainda os que circulam nas proximidades de seu prédio. Estes passaram a receber sua atenção depois que ela assistiu uma matéria sobre o aumento de abandono de animais durante o isolamento social. “Saí no mesmo dia para distribuir comida para os gatos que encontrava nas ruas aqui perto de casa”. Clélia encontra motivação no amor que tem pelo animais e no pensamento de que aquele animal também pode ajudar alguém que precisa. “Uma pessoa que está deprimida, solitária e até mesmo uma criança que tem problemas de comportamento se beneficiam da convivência”.

A cuidadora também pretende fundar sua própria ONG (Organização não-governamental) e está organizando um projeto para o futuro no qual mulheres que sofrem de violência doméstica iriam para lares temporários e cuidariam de gatos resgatados, ajudando assim os dois lados.

Clélia com um dos gatos que resgatou.

Antônia Rita também cuida de animais voluntariamente. Ela começou seguindo o exemplo do pai, e hoje é presidente da ONG Santuário Nova Aliança, formada por um grupo de pessoas que arca com os custos envolvidos no processo de resgate dos bichos. A cuidadora explica que não é um trabalho fácil e que esse assunto deve ser debatido politicamente. “Precisamos colocar um representante na Câmara Federal e na Câmara Distrital para ser voz destes
animais”. Antônia também comenta que é muito grata pela ajuda das pessoas que se solidarizam, que ajudam com os custos da ração, utensílios e da saúde do animal.

As duas voluntárias falaram sobre o processo de adoção, que vai desde o resgate até o encontro de um lar para o animal, que costuma passar pela castração, reabilitação, readaptação, e outros tratamentos para que tudo fique bem. E antes de conseguir adotar um cão ou gato, o candidato tem de preencher um formulário e ter o ambiente em que vive avaliado para assim saber se é apto ou não para a adoção, processo que exige muita responsabilidade.