Biblioteca pública Lúcio Costa é reinaugurada no Recanto das Emas

Depois do período mais crítico da pandemia, espaço é reaberto com melhorias

Sthefanny Sousa

Postado em 28/04/2022

Biblioteca recebe doações e realiza empréstimos diariamente

O Brasil conta com cerca de 6,5 mil bibliotecas públicas, o que representa uma média de uma a cada 30 mil habitantes, segundo dados da Agência Brasil. Já no Distrito Federal, esse número compreende, atualmente, 26 espaços espalhados pelas regiões administrativas. Como é o caso da biblioteca pública Lúcio Costa, localizada no Recanto das Emas, que reabre à visitas de moradores.

Depois de fechado por conta da pandemia, o patrimônio retoma abertura com uma reinauguração, que aconteceu no dia 31 de março, para que a cidade volte a usufruir do benefício gratuito. “A reforma foi importante porque o espaço físico já não oferecia conforto aos estudantes e servidores para exercerem suas funções”, pontua a coordenadora de desenvolvimento da administração regional da cidade, Silvana Portela, 50.

Para ela, que também coordenou de frente as obras realizadas, a biblioteca agora pode incentivar muitos jovens que buscam um sossego para os estudos ou materiais adequados para a educação: “Através dessa reforma houve um resgate de muitos alunos que haviam se afastado dos estudos na biblioteca”. A média de estudantes diários que utilizam o espaço é de, aproximadamente, 10 a 15 pessoas. 

Francisco das Chagas, 55, morador da cidade e dono de comércio em frente à biblioteca, parabeniza a nova reforma: “Moro aqui na cidade há 27 anos e agora, a visão realmente ficou mais bonita”. Já Aline Marques,33, afirma ter amigos que utilizam o espaço de estudos para adquirir aprovação em concursos públicos e elogiam o local por ser apropriado para a calma e concentração.

O investimento avaliado em cerca de 190 mil reais foi utilizado para reformar a cobertura, instalações elétricas e de águas pluviais, aquisição de ar-condicionado, novo mobiliário, pinturas, pisos e esquadrias. Agora, a nova estrutura, localizada na quadra 302, conta com conjunto de mesas de estudos, computadores e estantes de livros. A administração regional afirma que o espaço agora atrai mais moradores em seu horário de funcionamento das 8 às 14 horas. 

Entretanto, Francisco acrescenta que muitas vezes não vê ninguém dentro na biblioteca. “É muito comum eu parar para observar ali e não ver ninguém entrando ou saindo. É ruim porque as pessoas pedem muitas coisas ao governo e, quando elas acontecem, não usam”, lamenta. O bibliotecário do espaço, Carlos Tomaz, 43 concorda que apesar da frequência dos estudantes, o número de assíduos ainda é baixo: “Ficamos felizes com as pessoas que usam o espaço para os estudos, mas acreditamos que esse número poderia ser muito maior para uma cidade de mais de 140 mil habitantes”. 

De acordo com a Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa (SECEC), a estrutura administrativa e financeira de cada biblioteca está sob a responsabilidade da administração vigente a qual foi vinculada. Na biblioteca Lúcio Costa, há supervisão do patrimônio pelos funcionários da sede administrativa. “Aqui nós temos um funcionário fixo e uma rotatividade de funcionários da administração que vem para gerenciar e conservar o espaço”, compartilha o vigilante do local, Eduardo Souza, 40.

Acervo de livros

Moradores aproveitam o espaço para estudar com tranquilidade

Com a reinauguração, uma das maiores propostas era a arrecadação de livros para aumentar o acervo cultural da biblioteca. Entre as estantes, é possível ver materiais didáticos, livros infantis, literatura clássica, direito e administração. Silvana ainda compartilha sua expectativa: “O maior índice de acervo que temos são de livros de literatura, mas procuramos trazer também títulos focados em estudo para concurso.”

Para doação, basta o contribuinte entregar os livros na sede da administração ou na própria biblioteca para que possa haver a averiguação no acervo. Já o empréstimo acontece de forma rápida, apenas preenchendo uma ficha com o nome do material a ser levado pelo morador.

Para Silvana, o espaço sempre poderá ter mais melhorias. Seu desejo é que, além da frequência de mais pessoas, a biblioteca também possa ser utilizada como espaço para saraus culturais, com recitais de poesia e projetos literários para as crianças.