Movimento sneakerhead invade a cena

Os tênis de marca invadem os guarda-roupas dos famosos, influencers e cidadãos anônimos

Gabriel Pereira Guimarães Rocha

Postado em 22/05/2022

O movimento sneakerhead se iniciou no final dos anos 1990 e tem ganhado notoriedade nas redes sociais com os famosos e influencers colocando seus tênis extravagantes à mostra no Instagram e TikTok. A febre dos sneakers já vinha ganhando muito espaço, mas durante a pandemia ganhou mais força. As primeiras coisas que os fanáticos por tênis analisam para comprar um sneaker é o histórico com a marca, experiências, desde a navegação no site, promoções, grade de tamanhos, até a entrega do produto (caso a compra tenha sido on-line). E claro, a qualidade do material e conforto.

Os motivos do interesse pelos tênis variam muito de pessoa para pessoa. “Comecei a me interessar por tênis porque via os integrantes das bandas que eu curtia (Korn, Limp Bizkit, Linkin Park, Incubus e Deftones) usando vários tênis nos clipes e shows e daí tentava comprar os mesmos tênis”, diz o designer João Rodrigues, 35, colecionador de tênis.

João Rodrigues começou a se interessar por sneakers ainda com 13 anos quando viu o vocalista da banda Limp Bizkit, Fred Durst, usando um Adidas Campus 80 na foto do encarte do cd Chocolate Starfish and The Hot Dog Flavored Water de 2000. Entre as aquisições de João, em sua vasta coleção de 120 pares de sneakers, encontram-se um Yeezy 700 wr (R$ 4.897 reais), um NMD Adidas x packer shoes (R$ 2.902), um NMD Adidas x bape (R$ 1.200 reais), um zx 500 Goku (R$ 1.180 reais), um campus Adidas x porter (R$ 878 reais), e um New Balance 574 barista (R$ 700 reais).

Preço nem sempre é problema

O que seria um grande problema para o movimento é o preço dos produtos, mas para o grupo isso é sinônimo de exclusividade. Nos anos 90, as grandes marcas que fabricavam os tênis eram Nike, Adidas, Puma, Converse, entre outras. Hoje, a Nike e Adidas continuam no topo quando se fala de sneakers, entretanto, grandes rivais têm aparecido como Louis Vuitton, Prada, Gucci, New Balance, etc.

Para ter um modelo Air Jordan 6 Retro DB, por exemplo, o sneakerhead terá que desembolsar 27 mil reais. Pelos preços altos, muitas pessoas acham que para fazer parte do movimento precisa ser de uma classe social alta. “Não acredito que seja exclusivo para uma classe social. Acredito que ele seja pensado para não ser acessível. Mas para ter estilo e andar dentro do que o movimento dita, não necessariamente significa ter que pagar caro em peças”, diz Wesley Guimarães, 37, especialista em sneakers.

Além da satisfação de comprar os tênis, a comunidade revela a felicidade de comprar os modelos que queriam quando não tinham dinheiro na época da adolescência. “Eu tenho comprado vários modelos que queria, mesmo antigos ou usados e a sensação é de felicidade. Eu tenho muitos tênis hoje que queria há tempos e não tinha grana para ter”, declara João Rodrigues.