Casa Rosa é exemplo de atendimento e acolhimento de pessoas LGBTQIA+

Nos últimos 2 anos mais de 1600 pessoas foram beneficiadas pelas ações

Ana K Freitas

Postado em 24/06/2022

Segundo dados apresentados pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, o Brasil é o país que mais mata pessoas da comunidade pelo quarto ano consecutivo. Para fazer frente aos ataques e acolher pessoas vítimas do preconceito surgem iniciativas organizadas pela sociedade civil.

É o caso da Casa Cultural e Assistencial  LGBT-DF, também conhecida como Casa Rosa. Localizada em Sobradinho, a casa foi fundada em abril de 2018 e foi o primeiro espaço de acolhimento do DF. Nesses quatro anos a instituição atua sem financiamento do governo e mantém suas atividades através de doações feitas pela população, além de campanhas realizadas por outras ONGs e pequenas empresas principalmente em junho, mês do orgulho LGBTQIA+. 

O presidente Marcos Tavares explica que a casa é uma ONG sem fins lucrativos, com atividades ligadas à cultura, arte e assistência social. Ela possui duas formas de atendimento: direto e indireto. ” O atendimento direto é com aqueles que permanecem  no espaço  24 horas por dia , num período de 2 a 6 meses como segue nosso regulamento. Já o atendimento indireto é feito com pessoas que passam mensalmente  por algumas de nossas ações, que incluem: atendimento  psicológico,  jurídico, distribuição  de cestas básicas, cursos, rodas de conversas e também ações menores,  desde uma ajuda num transporte público, um gás, tudo dentro da nossa possibilidade”. 

A instituição possui capacidade direta para 10 pessoas, mas por falta de recursos humanos e financeiros, moram apenas quatro no espaço. Já nas ações indiretas, atualmente 174 pessoas são atendidas e nos últimos 2 anos foram mais de 1600 beneficiados pelas ações da Casa Rosa. 80% dos colaboradores também são pessoas da comunidade LGBT, porém afirmam que não é necessário ser gay para apoiar, ajudar e respeitar. 

O presidente Marcos Tavares foi o idealizador do projeto. Antes, técnico de enfermagem na rede pública do DF, Marcos presenciou diversos casos de abandono e injustiça contra LGBTs que buscavam atendimento médico. A violência e preconceito sofridos por essas pessoas o motivou a promover os atendimentos. “É gratificante ver as pessoas resgatando sua dignidade e autoestima como consequência da inclusão.”

Além de saber votar em outubro, o presidente afirma que a melhor saída para a violência e o ódio direcionados à comunidade é o amor. ” Só esse sentimento pode tornar a sociedade mais humana. Amar, amar e amar. Não importa a diferença, seja ela racial, de gênero, religiosa e até mesmo política. É preciso respeitar a todos de fato.” 

Hoje a casa possui projetos para ampliar seu espaço para disponibilizar mais atividades, acomodações e atendimentos, mas para isso ela precisa de doações. A instituição aceita contribuições de materiais de construção, cestas básicas e mão de obra. 

Você pode conhecer mais e entrar em contato com a Casa Rosa através do instagram @casarosadf e pelo Whatsapp: 61 99220-3745. O espaço também recebe visitas de segunda à sábado das 14h às 20h.