Mulheres mostram sua importância na economia brasileira

São mais de 34 milhões de domicílios onde a única ou maior parte de renda vem das mulheres; elas também estão empreendendo cada vez mais

Maria Eduarda Gonçalves

Postado em 22/05/2022

Os direitos das mulheres foram todos conquistados através de muita luta e empenho. Houve um tempo em que elas não tinham a menor liberdade para  trabalhar, estudar, votar e muito menos acesso à propriedade privada e a empreendimentos próprios. Esse cenário sofreu uma mudança drástica ao longo dos anos e, felizmente, hoje o impacto da mulher na economia brasileira não pode mais ser desconsiderado.

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a quantidade de mulheres responsáveis por bancar os domicílios brasileiros cresce mais a cada ano. Atualmente, quase metade dos lares brasileiros é sustentado por mulheres. São mais de 34 milhões de domicílios onde a única ou maior parte da renda vem através delas.

Essa alteração na composição familiar e do papel das mulheres como chefes de família ocorreu no país como um todo, e a tendência é que esse quadro só progrida. Isso tudo em razão da inserção, cada vez maior, da mulher no campo do trabalho. 

A professora Maria Dulcilene Almeida, de 50 anos, compartilha um pouco da sua trajetória: “A minha história é de muito esforço e dedicação. Sou de uma família pobre, pais semi-analfabetos e por isso, assim que terminei meu ensino médio, tive que trabalhar em lojas para conseguir custear o ensino superior. Consegui passar no concurso da Secretaria de Educação e, hoje, sou chefe financeira do meu lar”.

Mulheres no empreendedorismo

Apesar das mulheres terem começado a empreender bem depois dos homens, atualmente os ultrapassam. Uma pesquisa realizada pelo IBGE mostrou que, desde 2012, aumentou em cerca de 1,2 milhão o número de mulheres ocupadas como empregadoras ou com conta própria com CNPJ. Entre os homens, esse aumento foi de 1,5 milhão. O aumento entre elas foi de 59%, enquanto entre eles, de 33%.

Aos 28 anos de idade, a microempreendedora individual Raphaela Alves se deparou com a vontade de aumentar sua autonomia. Ter sua própria liberdade financeira, livre para consumir cada vez mais e ajudar outras mulheres empreendedoras e comércios locais, pois se deu conta da tamanha importância que isso traz. Dessa maneira, após todo um processo de adquirir experiência, e mesmo com as dificuldades da pandemia, abriu sua própria loja de moda feminina.

“Hoje trabalho com minha loja online, toda minha renda vem dela, conseguindo usar toda experiência que eu tenho no meio. Me considero minha própria chefe financeira, porque graças a Deus consigo me manter e manter a loja. Estou no início, mas está sendo muito bom. Acredito que as mulheres têm tido muito mais participação na economia, e acho que tem vários motivos para isso. Tem sido uma movimentação global mesmo, que acaba interferindo no nosso país e na nossa capital”.

Embora o Brasil esteja enfrentando todos os impactos econômicos que a pandemia trouxe, um estudo realizado pelo IBGE mostrou que a economia brasileira cresceu 4,6% em 2021 e 0,5% no quarto trimestre, em relação ao terceiro. Ambos os resultados representam uma recuperação, após queda de 3,9% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2020.