Movimento Empresa Júnior afeta economia de forma positiva

No Distrito Federal, 1.200 empresários juniores atuam no mercado profissional

Clara Montenegro

Postado em 02/04/2024

Com um impacto de mais de R$ 70 milhões na economia brasileira, de acordo com a Federação de Empresas Júnior do Distrito Federal (Concentro), o interesse pelas empresas juniores cresce entre os universitários. Em Brasília, oito instituições de ensino superior participam do Movimento Empresa Júnior (MEJ).

Cerca de 1.200 pessoas são empresários juniores, participando ativamente do mercado profissional. Essas organizações estudantis, além de trazer conhecimento, ajudam os jovens na inserção no mercado de trabalho. E ainda colaboram para fazer a economia do estado rodar. Em 2023, na capital, os maiores faturamentos foram registrados pelo Grupo Gestão e AD&M, com R$1.7 milhões e R$1.3 milhões, respectivamente. Todo esse dinheiro deve ser reinvestido na própria organização para a melhoria dos empreendimentos.

Os empreendimentos fazem a economia girar e atingir pessoas que mais precisam, ajudando empresários que não possuem condições de contratar serviços mais caros. Um exemplo de empresa júnior (EJ) que colabora com isso é a Zahir, do IESB.

“Atualmente estamos participando como EJ consultora do programa Salve Um Negócio, uma iniciativa da Associação Comercial do DF e da Concentro que oferece consultorias simples e especializadas de gestão empresarial para MEIs (microempreendedores individuais) e MPEs (micro empresas) que não tem condições de arcar com os serviços e podem obter as consultorias gratuitamente através da inscrição no programa”, comenta Meyrielle Leal, presidente organizacional da Zahir.

A Zahir oferece serviços de consultorias, treinamentos de gestão de pessoa, sempre relacionados à Psicologia Organizacional, do trabalho, educação e saúde do trabalhador.

Movimento Empresa Júnior

O Movimento Empresa Júnior, nasceu em 1967, na França. Chegou no Brasil em 1987, com o objetivo de inserir jovens estudantes no mercado de trabalho durante o período de formação.

Um empreendimento sem fins lucrativos, este movimento virou uma oportunidade para quem quer aprender como é o mundo profissional, sem pressões, expectativas e ansiedade do mercado, e desenvolver novos aprendizados, capacitando-se para a vida depois da faculdade.

O diretor de relacionamento do Concentro, Luiz Henrique Lima, fala sobre o que o MEJ pode proporcionar para os universitários.  “O movimento oferece uma experiência fora do comum para jovens universitários por meio do estímulo e fomento ao empreendedorismo e inovação, uma vez que as EJs são fundadas e geridas por estudantes que assumem papéis de tomadores de decisão e solucionadores de problemas. Elas oferecem um ambiente seguro para aprender sobre empreendedorismo, na prática, desde a concepção de uma ideia de negócio até sua implementação e gestão.”

Para Pedro Lisboa, 44 anos, isso aconteceu na prática. O administrador, quando estava na faculdade, trabalhou em uma das empresas juniores mais consolidadas e com um dos maiores faturamentos do MEJ DF atualmente, a AD&M. Em 1999, ele começou sua carreira nessa EJ de administração da UnB. Agora, é professor de administração na universidade em que estudou, empresário no ramo do café e diretor na marca vegana “Nude.”. Toda a experiência na AD&M, Pedro vê como transformadora para o seu progresso profissional. “Para minha carreira foi muito importante, porque me empoderou muito cedo de responsabilidades e divisão de administração. E você só lidar com alunos, não ter um imperativo hierárquico e não ser uma empresa com fins lucrativos torna um campo experimental muito rico”.

Já trabalhando em uma empresa júnior, Meyrielle enxerga que a empresa júnior tem uma grande importância para o seu futuro por conta de toda experiência adquirida. “Sempre podemos não só colocar em prática aquilo que aprendemos sobre nossa profissão com serviços para empresas de diversos tipos, como também temos muito espaço para inovar com novas ideias de serviços e projetos que avaliamos ser impactantes no mercado de trabalho, sempre podendo adquirir conhecimento de empresas que já são experts no assunto através de benchmarkings, por exemplo”.

Criando uma empresa júnior

Mesmo sabendo o que é uma empresa júnior, a criação dela ainda pode ser um mistério. Por onde começa? O que deve ser feito?

Depois que o estudante estiver vinculado com uma instituição de ensino superior, é necessário criar um documento, descrevendo o plano de negócios da EJ que você gostaria de criar, com o currículo dos membros da equipe, o que deseja da universidade que estará ligada e qual o investimento precisa para iniciar o negócio.

Com isso em mente, vai ser preciso agora que os envolvidos na criação executem um plano estratégico com a análise de alguns fundamentos como a sustentabilidade financeira, realização de uma estratégia e manutenção do nível de satisfação dos membros.

Depois que isso estiver montado, é necessário agora dos recursos financeiros, que podem ser adquiridos de diversas formas. Doações de instituições governamentais ou não, incluindo, empresas, agências, convênios, contratos firmados com o poder público, herança, doação por parte de organizações civis e rendimento de aplicações financeiras.