Na pandemia, clubes de leitura ganham destaque como ferramenta de entretenimento

Para oferecer uma opção de lazer e incentivar o hábito de leitura no brasileiro, o Centro Universitário IESB conta com Clube de Leitura gratuito e aberto à comunidade

Vitórian Tito

Postado em 30/10/2021

A pandemia impulsionou a criação e fortalecimento de clubes de leitura pelo país. Eles  ganharam força e atrairam pessoas interessadas em contato humano e troca de opiniões sobre experiências literárias. A atividade favorece a disseminação de cultura, contribui para o acesso à informação, instiga a leitura e promove socialização e conexão entre os leitores.

O Clube de Leitura da Biblioteca do Centro Universitário IESB surgiu em abril de 2020, em comemoração ao Dia Mundial do Livro, para disseminar informação, incentivar a leitura e oferecer uma ferramenta de apoio durante o período de isolamento social. O clube é aberto ao público, voltado para a produção literária brasileira e prioriza obras que normalmente não estão na estante dos leitores. 

Dados divulgados pela 4ª edição dos “Retratos da Leitura no Brasil”, levantamento desenvolvido pelo Instituto Pró-livro em 2021, apontam que o brasileiro lê uma média de 2,43 livros por ano. Além disso, a pesquisa também mostra que 30% da população nunca chegou a comprar um livro. Diante deste cenário, um dos objetivos do clube do IESB é contribuir para reverter a média de livros lidos no Brasil para um número mais animador.

Assim, um clube de leitura é um ambiente propício para mudar o desanimador cenário do hábito de leitura do brasileiro. Afinal, o espaço é aberto para reunir pessoas interessadas em criar e desenvolver discussão a respeito de obras literárias. De acordo com Vanessa Rufino, supervisora das bibliotecas do IESB e responsável pelo clube do livro, os encontros enriquecem a experiência no mundo da literatura e expandem os saberes ao apresentar livros que normalmente não compõem a estante dos leitores. 

Para Vanessa, o objetivo de escolher obras com temas variados é estimular não apenas a leitura, mas também a criatividade, interpretação de texto e habilidades socioemocionais. Um exemplo é a leitura escolhida para o mês de agosto: o livro ‘Um lugar na janela’, da escritora brasileira Martha Medeiros, apresenta um enredo sobre os processos para se redescobrir em meio a imprevistos, desafios, aventuras e boas recordações por viagens ao redor do mundo. Vanessa explica que “o motivo da escolha do livro foi pensado na temática de recomeços para trazer uma leitura mais leve e inspiradora para o início do semestre do ano”. 

O clube já debateu obras como Vidas Secas, do escritor Graciliano Ramos; Noite em Caracas, da jornalista Karina Sainz Borgo; e O canto da Sereia, de Nelson Motta / Arquivo Pessoal

A pedagoga Rejanne de Fátima, 22 anos, conheceu a iniciativa e se animou com a ideia de trocar histórias com outros leitores e conhecer diferentes pontos de vista. Uma das principais surpresas da leitora foi se deparar com a possibilidade de ler, mais uma vez, a obra de Martha que já havia passado por sua vida em outros momentos da infância e da adolescência. “Foi um grande reencontro. Eu tive totalmente outro olhar para essa leitura, com muito mais significado em tudo que a história passa”, conta. 

Para ela, “nesse tempo de pandemia foi como um escape só de ter o livro ali. A gente viajava para outros lugares, conhecia outras pessoas, outros povos, outras culturas. Então era realmente sair do seu habitat, da sua zona de conforto e buscar novos horizontes”, completa.

Como participar

Em comemoração aos 99 anos de José Saramago, o livro escolhido para debate no mês de novembro foi “Ensaio sobre a cegueira”. Os integrantes escolhem 1 livro por mês e se reúnem após a leitura em ambiente digital, pela plataforma Google Meet, para conversar sobre a obra. Hoje, o clube literário reúne 35 participantes e promove encontros gratuitos e abertos à comunidade na última sexta-feira de todo mês, às 15h. Para participar, basta entrar no grupo de WhatsApp da Biblioteca