Alta nos preços dos combustíveis afeta mercado de transporte escolar

Donos de vans e pais de alunos reclamam dos reajustes constantes

Gustavo Rubinger Hentzy

Postado em 08/04/2022

No dia 10 de março, a Petrobras anunciou que iria fazer um novo reajuste no preço da gasolina. Tudo isso afeta diretamente o transporte escolar. Proprietários de vans e pais de alunos estão tendo que lidar com os sucessivos aumentos dos combustíveis. 

Ródion Yuri Alves Bacelar, proprietário de uma empresa que atua no Cruzeiro, Sudoeste e Asa Norte, diz que gasta R$ 1.300,00 por semana com combustível para as três vans que circulam pela cidade. “Está insuportável, isso porque com o aumento de combustível aumenta também peças, pneus, manutenção em geral dos veículos. Muitos transportadores escolares tiveram que se reinventar, outros encerraram a atividade”.

No momento atual, Bacelar decidiu não repassar os gastos para os clientes. “O lucro, a cada aumento de combustível, diminui”, lamenta. 

Bacelar atua no setor de transporte escolar há mais de 20 anos. Foto: Ródion Bacelar

Os pais de alunos também estão sendo afetados pela alta nos preços da gasolina. Karla Carvalho, advogada, diz que a mensalidade do transporte escolar das duas filhas teve um aumento de R$ 60,00 cada, situação que ela não tem como evitar. “Eu não tenho condições de deixar o transporte escolar pois não tenho como buscar minhas filhas na escola por conta do trabalho”. 

Por que pagamos tão caro na gasolina?

Quando as distribuidoras de combustível compram nas refinarias, a gasolina que é chamada de tipo “A”, atendendo à legislação brasileira, é misturada com Etanol Anidro. Nisso, é passado para o consumidor o preço de realização da Petrobras, que é o valor pago pelas distribuidoras para a Petrobras quando o combustível deixa a refinaria, inclusos neste valor estão os custos de produção e lucros da empresa. O preço do etanol também é transcorrido aos clientes, que pode ser definido voluntariamente por seus produtores, e as tarifas e as margens de comercialização das distribuidoras e dos postos revendedores, incluindo todos os impostos.

Os componentes do preço da gasolina na bomba são:

ICMS(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação) – R$1,75.

Distribuição e Revenda – R$1,04.

Custo Etanol Anidro – R$0,98.

CIDE(Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e PIS(Programa de Integração Social) /PASEP(Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público) e COFINS(Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) – R$0,69.

Realização Petrobras – R$2,81.

Aqui no DF, os componentes do preço da gasolina cobrado na bomba condiz:

Realização Petrobras – R$2,92 .

Distribuição, revenda e etanol anidro – R$1,99.

Impostos federais – R$0,69. 

Imposto estadual – R$1,81.

Somando um total de R$7,41 o litro.