Como os brasileiros organizam as próprias finanças e quais os principais erros cometidos

Pesquisas e economistas concordam que falta de educação financeira e planejamento são principais fontes do problema.

Larissa Alves

Postado em 27/09/2021

Estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), em 2018. mostra que 56% dos brasileiros não se dedicam às próprias finanças. Esse dado representa o atual cenário da relação entre os indivíduos e o dinheiro.

Para o professor e coordenador do curso de Ciências Econômicas do IESB, Riezo Almeida, isso acontece por conta da falta de conhecimento sobre o noções básicas de economia, algo que deveria ser ensinado desde o ensino fundamental. “É importante que as pessoas procurem entender conceitos básicos como taxa referencial da economia e taxa SELIC, e principalmente, entender como eles afetam o seu dia a dia”, explica Riezo.

Planejamento e educação financeira são aliados na hora de cuidar das suas próprias finanças (Créditos: Unsplash)

O formando do curso de Direito no UniCeub, Gabriel Andrade, 21, conta que se considera um conhecedor básico das formas de como cuidar do seu dinheiro, e confessa que ainda há muito o que aprender. “Apesar de estar sempre de olho para não gastar mais do que devo, acredito que poderia fazer o meu dinheiro render muito mais, mas ainda não tenho o conhecimento para isso”, diz Gabriel.

Outra pesquisa, realizada pelo Instituto Locomotiva, afirma que cerca de 66,5% das famílias brasileiras estão endividadas por ilusão financeira ou falta de planejamento. “O erro é não imaginar que, todos os dias, o nosso dinheiro está sendo mal gasto. O planejamento financeiro é essencial para combater esse costume”, diz o professor Riezo ao analisar o dado citado.

Cerca de 66,5% das famílias brasileiras estão endividadas por ilusão financeira ou falta de planejamento, afirma o Instituto Locomotiva. (Créditos: Unsplash)

Pandemia piorou um problema que perdura há tempos

Durante a pandemia, 76% dos brasileiros não administraram bem suas próprias finanças. Em análise, Riezo explica que a falta de conhecimento e planejamento no que diz respeito ao dinheiro são um problema há muito tempo no Brasil, bem antes da pandemia chegar, mas agora a situação piorou, “pois o custo de vida ficou mais caro para todos, e os que têm menos recursos estão em uma situação pior”.

Quais são as possíveis soluções?

Especializado em Gestão Pública e Financeira, o professor Riezo conta que o principal meio de resolução para esses problemas é a conscientização da população. “Estamos enfrentando uma crise, e ainda existem pessoas que estão viajando sem nem terem planejado financeiramente como irão pagar suas despesas do dia a dia”. Além disso, o professor cita o Tesouro Direto ou qualquer investimento de renda fixa como uma boa forma de começar a movimentar e aproveitar melhor o seu dinheiro.

O Tesouro Direto ou qualquer investimento de renda fixa são uma boa forma de aproveitar melhor o seu dinheiro, acredita o professor especializado em Gestão Pública e Financeira, Riezo Almeida. (Créditos: Pixabay)

Apesar de não representar exatamente o  brasileiro que não se dedica às finanças pessoais, Gabriel Andrade entende que a conscientização também é mais do que necessária, e concorda com o professor Riezo quando disse que a educação financeira deveria começar já nas escolas. “É interesse de todos aprender as melhores formas de cuidar do próprio dinheiro. Mostrar isso desde cedo para alunos do ensino fundamental seria uma ótima maneira de começar”.