Bibliotecas públicas oferecem aulões gratuitos de redação para o Concurso Público Nacional

Segundo a professora Joana Melo, a redação é de fundamental importância, pois não é somente eliminatória, mas também classificatória

Isabela Duarte

Postado em 16/04/2024

A redação é uma das etapas mais cruciais em concursos públicos. Milhares de candidatos competem por vagas em diferentes órgãos e cargos, onde escrever bem se torna um fator determinante para a classificação dos participantes. As bancas avaliadoras não apenas procuram por respostas corretas, mas também por candidatos que consigam expressar suas ideias de maneira clara, coesa e persuasiva.

Nesse contexto, surgiu a iniciativa dos aulões gratuitos oferecidos pela Biblioteca Nacional de Brasília (BNB) e outras 11 unidades de bibliotecas públicas do DF, organizados pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa, para os inscritos no Concurso Público Nacional (CNU). Esses aulões representam uma oportunidade valiosa para os candidatos aprimorarem suas habilidades de redação, receberem orientações específicas sobre como abordar os temas propostos nas provas e tirarem dúvidas com professores especializados. As vagas para os aulões são liberadas semanalmente no Instagram da Biblioteca Nacional.

 

A dinâmica da aula inclui uma exposição sobre o edital do concurso na área de redação, seguida pela apresentação da estrutura do texto dissertativo-argumentativo. Por último, a professora mostra uma redação dissertativa-argumentativa feita por ela e lê com os participantes, para identificarem a estrutura apresentada dentro do texto. Essa prática proporciona aos alunos uma compreensão mais clara e prática de como aplicar os conceitos aprendidos.


A importância da redação

Segundo a professora Joana Melo, graduada em letras e história pela UnB, com pós-graduação em metodologia do ensino da língua portuguesa, a redação é de fundamental importância, tendo em vista que ela é não somente eliminatória, mas também classificatória. Ela destaca que muitos concorrentes podem ter um bom desempenho na prova objetiva, porém serem prejudicados pela redação.

“Acredito que os principais desafios são de base, ou seja, desde o início da vida escolar. A escrita é uma tarefa que exige muito esforço e preparação, além do hábito da leitura. Na educação básica brasileira, tanto a leitura quanto a escrita são atividades pouco praticadas e em que os estudantes demonstram muita dificuldade. Muitos deles levam essa dificuldade para a vida adulta. Agora, com a necessidade de escrever para o CNU, isso gera muita ansiedade”, afirma a professora. 


Criatividade e argumentação

“Algo que menciono muito nas minhas aulas é a necessidade de leitura. Atualmente, as redes sociais nos bombardeiam diariamente com vídeos e textos muito curtos ou mal escritos. Para saber argumentar, é fundamental a leitura e o estudo de notícias, reportagens e livros, literários ou não, que ampliem o escopo de argumentação e repertório sociocultural, o que é chamado de conhecimento de mundo.”

A professora também destaca o impacto positivo dos aulões na qualidade das redações. Através de exemplos práticos e dicas úteis, os alunos têm a oportunidade de desenvolver suas habilidades e sentir-se apoiados por uma iniciativa pública de qualidade.

Durante a aula, a professora apresenta uma redação dissertativa-argumentativa como exemplo, proporcionando insights valiosos sobre como aplicar a estrutura aprendida. – Foto: Isabela Duarte

Aline Rodrigues se inscreveu para vários cargos dentro do bloco 5, abrangendo qualquer graduação incluindo em serviço social. Participante dos aulões, destaca a qualidade do ensino e dos materiais fornecidos durante o evento. Ela ressalta a importância da iniciativa gratuita, que possibilita a preparação para o concurso mesmo para aqueles que não podem arcar com um cursinho preparatório. “As aulas são muito interessantes e bem elaboradas, nem vemos o tempo passar. Eu gostei de tudo, desde o conteúdo que foi abordado e como foi abordado, a atenção que nos dispensam, o cuidado que nos recebem.”