Da teoria para a prática

Giuliano Alves, estudante de engenharia da UnB, é um dos participantes da equipe universitária da Fórmula SAE

Amanda Sales

Postado em 03/09/2021

Para o aluno de engenharia automotiva, Giuliano Alves, a paixão por carros começou cedo. Com a influência de alguns familiares e seu próprio interesse, acabou entrando para o curso de engenharia na Universidade de Brasília. Ao ingressar no ensino superior, viu a oportunidade de participar de uma empresa júnior, aplicando a teoria na prática. 

O estudante participa de uma equipe universitária que compete na Fórmula SAE. A equipe chamada FGR constrói um carro elétrico do início ao fim. Com isso, a entrevista a seguir irá detalhar como funciona e como é o trabalho dentro do grupo.

A equipe chamada FGR constrói um carro elétrico do início ao fim.

Como surgiu a sua paixão pela engenharia?

Desde criança, gosto de desmontar as coisas e tentar entender o porquê de elas funcionarem de certo modo, então a engenharia sempre foi minha principal opção. Me apaixonei pelos carros pelo convívio com alguns familiares, então aos dez anos eu já coloquei como meta que queria fazer engenharia automotiva e minha vontade só aumentou até o ingresso na universidade.

Como surgiu esse interesse em participar de uma equipe de competição?

Eu costumava ler sobre os projetos automotivos do nosso país e conheci a Fórmula SAE com alguns capitães de equipe falando do trabalho que faziam e como tudo era feito, isso ainda durante o ensino médio. Assim, era questão de tempo até eu estar em uma equipe de fórmula. Mas, além disso, vi a importância que estar em uma equipe tem na graduação e no mercado de trabalho e na própria universidade.

Desde sua admissão na equipe, o que mudou em relação aos seus pensamentos sobre sua futura profissão?

Hoje, eu conheço muito mais o trabalho dos engenheiros e várias especificidades da engenharia. Por exemplo, como escolher materiais, como calcular forças, a relação entre elas, a relação das peças com o ar, com a temperatura e com o passar do tempo sendo utilizadas. Ademais, após tantos semestres trabalhando em equipe, minhas habilidades interpessoais estão melhores do que quando eu fui admitido.

Trabalhar em equipe é muito importante para a formação de um universitário, sente que essa experiência te fez crescer? Como? Por quê?

Trabalhar em uma equipe de competição é necessário para ter uma visão prática da engenharia uma vez que o curso é bastante teórico. Outro ponto importante é o desenvolvimento de habilidades de trabalho em equipe, escrita e fala durante capacitações e reuniões. Eu avancei bastante nos meus conhecimentos teóricos e experimentais durante essa jornada.

Você indicaria para alguém participar de uma equipe?

Sim, ter uma visão prática do curso antes de estar graduado é fundamental para ingressar no mercado de trabalho ou até mesmo no estágio sem o sentimento de estar perdido. Além disso, a construção de laços profissionais, conhecimento e portfólio de trabalho ajuda muito no futuro.

Além de alimentar sua paixão por carros, você sente que a equipe te dá um gás para correr atrás do seu futuro?

Eu me sinto muito mais motivado e mais atento aos detalhes. A minha rotina e a minha disciplina melhoraram devido aos trabalhos que preciso entregar semanalmente e me esforço bem mais pois posso usar o que aprendo na vida dentro da equipe e vice-versa.

O que você faz na equipe?

Eu trabalhava na área da dinâmica veicular, construindo a suspensão do carro, adequando rodas, molas e amortecedores com o nosso foco. Atualmente, eu sou responsável pelo sistema de freios do veículo e cuido do Instagram da equipe. Quanto aos freios, eu preciso idealizar as dimensões e materiais, construir no nosso ambiente virtual, simular os esforços, construir, testar e validar o sistema no carro.

Qual dica você daria para um aluno que planeja entrar em uma equipe universitária?

A minha dica é: tenha bastante vontade de aprender e de ensinar quando souber algo. A equipe é construída pelos membros, então precisamos sempre aprender o máximo possível para elevar o nível da equipe e passar esse conhecimento para os novos membros para que eles progridam de onde nós paramos e não de onde nós começamos. Documentos, histórico de trabalho, reuniões e capacitações são bastante úteis nesse processo de crescimento da equipe e não apenas individual.