Marcos Oliveira Bezerra busca carreira no automobilismo nacional

O capitão da área de Powertrain do projeto de Baja Sae, na UnB, mostra como começar nessa jornada

Lucas Rodrigues

Postado em 25/03/2024

Marcos Oliveira Bezerra é estudante de engenharia mecânica na Universidade de Brasília (UnB). Buscou a engenharia pensando na possibilidade de entrar para o automobilismo e entrou para o projeto do Baja Sae para seguir esse sonho. Sendo capitão da área de PowerTrain da equipe Piratas do Cerrado, está indo para sua segunda competição ocupando o cargo. A equipe foi premiada como melhor equipe do Centro-oeste na competição nacional da Baja Sae. Com o sonho de entrar no automobilismo, participa de forma voluntária em algumas etapas dos endurance nacional, criando, assim, contatos e fazendo com que saibam da existência dele.

O que o levou à Engenharia Mecânica?

Desde pequeno eu sempre tive muita paixão por carros e automobilismo, e quando eu cheguei no ensino médio, tive um professor de física que me convenceu que na Engenharia Mecânica eu teria muitas oportunidades de me desenvolver como engenheiro, mais do que nas outras engenharias como a civil e a elétrica. Acabei decidindo entrar na Engenharia Mecânica, justamente por essa parte do automobilismo, e como é uma engenharia mais geral do que a engenharia automobilística, você pode ir para várias áreas.

Marcos Oliveira Bezerra. Foto por: Lucas Rodrigues Silva

Porque o Baja entre tantas opções de projetos na UnB?

Eu queria a equipe de competição por ser algo muito mais prático do que uma empresa júnior. A empresa júnior é muito importante também. É muito bom, mas ela entra muito na parte teórica, na parte empresarial e não é tão prático, não tem tanta vivência de você competir como tem uma equipe de competição, como fórmula ou como um Baja. E aqui no Darcy Ribeiro tinha as opções do Fórmula Sae, do Baja Sae e do Aero Design. Eu escolhi entrar no Baja porque já tinha pessoas que eu conhecia e sabia que era um clima muito bom e o Baja é um desafio diferente quando se trata de uma competição de automobilismo, porque tudo tem que ser muito bem pensado, tanto em questão de resistência quanto à questão de desempenho. E era uma equipe que sempre teve que trabalhar com muito pouco e inovar para resolver problemas com os recursos limitados. É a equipe mais bem-sucedida do Darcy Ribeiro.

Como fez para ter contato com pessoas do automobilismo nacional?

É um ponto muito difícil ter o primeiro contato, porque eu agora com 23 anos, no nono semestre, é que eu fui começar a ter contato com pessoas do automobilismo. O jeito mais fácil é ir no autódromo em alguma competição. Quem mora em Brasília, ir em Goiânia, e tentar conversar com pessoas de equipes e mostrar o interesse. Quem estuda na UnB e nas universidades federais de Goiás tem um benefício que tem uma categoria nacional, que é chamada Império Endurance, que sempre que tem alguma corrida em um autódromo, eles convidam as pessoas das faculdades próximas ao autódromo. No caso do Autódromo de Goiânia, tem as pessoas de Brasília e do Instituto Federal de Goiás e da Universidade Federal de Goiás para fazer um trabalho voluntário. Esse trabalho voluntário basicamente te dá uma oportunidade de ir para o autódromo entrar e ter a oportunidade de conversar com as equipes, porque é a parte mais difícil do automobilismo. É você conseguir ter o primeiro contato, conseguir conversar com alguém de dentro. Então é um pouco de insistência, mas é mostrar interesse. A coisa mais difícil é você mostrar que existe, porque sempre falta profissional nessa área. Falta mecânico, engenheiro de pista, falta engenheiro de projeto. Porque muitas pessoas gostam dessa área, têm interesse, mas não têm tantas pessoas que vão atrás. Então a melhor coisa que se tem para você é conseguir entrar em contato com alguém, é procurar as pessoas no Instagram, procurar fazer algum curso. Tem muitos engenheiros que oferecem curso e lá você vai ter um contato com eles, você vai poder conversar e procurar oportunidades.

Retrato pós nacional de 2023. Foto por: Lucas Rodrigues Silva

Como entrar em uma equipe?

O meu objetivo de entrar no automobilismo é fazer o trainee de engenharia de pista, de engenheiro de corrida da Porsche Cup. Esse curso abre todo ano, existe uma seleção e não é algo muito complexo. Ele exige que você estude muito antes, mas não é algo como um vestibular, é uma seleção baseada nas pessoas que têm contato com o automobilismo e é uma grande porta de entrada, porque é um trainee de engenharia de corrida. Depois de uns 3, 4 meses de trainee, você passa a trabalhar como engenheiro freelancer dentro da Porsche. Depois que você começa a trabalhar no automobilismo, você pode entrar literalmente em qualquer lugar, porque a rede de contatos dentro do automobilismo nacional é muito grande. Então é esse tipo de oportunidade que tem que ser procurada, é a oportunidade que eu estou indo atrás nesse momento.