Gama: base de tradição

Os meninos são ensinados desde novos a terem responsabilidade e ganham visibilidade no mundo esportivo

Ana Vitória Rafalovik

Postado em 07/10/2021

Um dos times mais conhecidos e tradicionais do Distrito Federal é a Sociedade Esportiva do Gama, fundada em 1975. Por ser um clube novo, apenas 45 anos desde sua criação, a história de diversas pessoas, principalmente daqueles que moram no Gama, se cruzam com a do time. A base de jogadores é um ótimo exemplo de como um time do DF pode mudar a vida de muitos meninos que querem se inserir no universo do esporte profissional.

É o caso do jovem de 20 anos, morador do Gama, Samuel Magalhães, que quando adolescente fez sua passagem pela base do time. E, ele afirma ter saído de lá com vários aprendizados: “acredito que toda criança que tem o sonho de ser jogador começa em escolinhas de futebol ou futsal. Então, a partir do momento que entra em uma base de um time profissional é outra história, porque ali você pode seguir seu sonho. Na base, precisa de muita dedicação, há uma constante pressão e é nesse momento que você descobre se quer seguir esse sonho ou não.”

Pela oportunidade de jogar no time de sua cidade, Samuel acredita que sua admiração pelo clube cresceu ainda mais, já que as pessoas conhecidas poderiam ir prestigiar um jogo dele.

A dedicação é rotina no esporte profissional e o treinador da base do Gama, Jonathan Gabriel, reforça que dependendo das temporadas dos campeonatos, os treinos podem acontecer durante toda a semana, por isso o comprometimento dos atletas é fundamental. “A importância de ter esses atletas conosco é na formação deles, independente se eles forem seguir carreira ou não, mas deles saírem daqui como grandes seres humanos”, completa o técnico. 

As bases dos times não trazem benefícios apenas para os atletas, mas também para o próprio clube, como explica o assessor financeiro do Gama, Arilson Machado: “A base é o futuro de todo clube de futebol, porque é onde surgirão os craques da bola, que darão ao time um retorno financeiro e futebolístico dentro de campo”.

O processo

O treinador explica um pouco sobre a seleção, mais conhecida como “peneira”, dos meninos. “Na última peneira da base, vieram cerca de 150 meninos de diversas idades e cidades do DF, mas também de fora, como Belo Horizonte, Campos Belos e Goiás”. A base é composta pelas categorias do sub-15, sub-17 e sub-20, cada uma com 30 jogadores e, totalizando, 90 atletas. 

A base de um time pode abrir muitas portas para o mundo do futebol, como acontece com vários jogadores, O fato mais recente, frisado por Jonathan, é que: 5 atletas do sub-20 foram para o time principal, após o Campeonato Júnior, e assinaram contrato com o clube. “Eles atuaram em jogos da série D deste ano e estão se preparando para o próximo campeonato, o Candangão, que começa em fevereiro”. O jogador Leandro, que começou na base do Gama e chegou a jogar na seleção brasileira, foi lembrado pelo técnico. O atleta também brilhou no Santos e no Grêmio. 

Além da felicidade do time com uma base forte e os meninos realizando o sonho de jogar profissionalmente, a família também expressa todo seu orgulho. Eliana de Oliveira, mãe do Heitor, que joga no sub-15, destaca a felicidade de ver seu filho na busca do seu objetivo. “Quando meu filho viu a possibilidade de entrar na base, ele entendeu que portas podem se abrir e desejos se realizarem. E, ele está vivendo seu sonho, já se sente profissional, vindo treinar na base”.