Jogar futsal é benéfico para saúde física e mental de mulheres
Crianças, jovens e adultas são incentivadas a praticar atividade física e ocupar espaços.
Postado em 28/09/2021
Não existe mais essa história de ficar assistindo da arquibancada. Mulheres têm conquistado cada vez mais espaço em esportes que, até pouco tempo, eram considerados exclusivamente masculinos. No futsal, elas dão um verdadeiro show dentro de quadra e colhem os frutos de se manter em movimento.
Para o educador físico Pedro Leal, os esportes são fundamentais para prevenir doenças físicas e mentais, especialmente em época de pós-Covid. “Quando a gente fala de prática esportiva, tentamos associar às vezes só à parte física, que também é importante, mas a atividade física também auxilia na sociabilização e no ganho de autoestima e autoconfiança, e isso nos dias de hoje se destaca”, explica.
Entre as vantagens para o corpo, o professor lista o ganho de força e massa muscular nos membros superiores e inferiores, desenvolvimento da coordenação física e de estrutura óssea, emagrecimento e melhora da capacidade respiratória e cardiovascular. “Hoje, a prática esportiva envolve tudo que a gente necessita para o bem-estar do nosso corpo. Então o esporte e o futsal em si só tem benefícios”, diz.
Mas elas nem sempre são incentivadas a crescer no mundo dos esportes. A falta de espaço para colocar a bola no pé é um dos motivos que as afasta da prática esportiva e intensifica a ideia de que futebol ou futsal não são para mulheres. Para mudar esse cenário, espaços inclusivos são fundamentais para reacender a chama de quem sempre quis jogar bola e se desenvolver, mas achou que não podia.
“Desde criança, sempre vi a vontade das mulheres em querer jogar e aprender. Já trabalhei em escolas de futsal e sempre via alguma menina que queria jogar, mas não tinha espaço. Por mais que ela soubesse jogar, os meninos não deixavam”, conta. Com essa perspectiva em mente, Pedro Leal abriu a Ludus, uma escola de futsal feminino no Distrito Federal para promover saúde por meio de atividade física, sem focar na competição em alto nível.
Júlia Cruz, 27 anos, é designer e diretora de arte. O interesse por esportes surgiu naturalmente durante o crescimento, mas nem sempre foi possível colocar as habilidades em prática da forma que desejava. “Já tive muita dificuldade em frequentar os espaços, como quadras e campos. O esporte ainda é predominantemente masculino, mas vejo um movimento muito maior em relação ao futebol feminino amador”, sugere.
A designer faz parte da Ludus e entende a atividade física como uma oportunidade de fazer exercícios de alta intensidade e gastar energia. “O futsal, hoje, significa uma comunidade pra mim. É um espaço de sociabilização com outras mulheres, onde eu sinto que não preciso ficar me privando. Quando jogava em lugares que só tinham homens, parecia que eu precisava ser a própria Marta para eles me verem como igual”, lembra.
Inclusão e representatividade
Pedro abriu a Ludus com o objetivo de criar um espaço plural onde meninas de qualquer idade e nível de habilidade possam jogar. “O nosso objetivo é proporcionar aulas de futsal para o público exclusivamente feminino de forma descontraída, sem aquela cobrança profissional, com brincadeiras e jogos nos treinos, sempre visando treinar a parte física e mental”.
A união entre atividade física e diversão atrai crianças, jovens e adultas que se interessam pelo esporte e querem ocupar esses locais. Para Júlia Cruz, ambientes inclusivos são fundamentais para representar quem sempre se interessou por futebol. “Enxergo como um espaço seguro e empoderador, é super necessário”, finaliza.