Centro de convivência do idoso na Cidade Ocidental promove bem estar físico e mental

Serviço de proteção social fortalece o vínculo entre os frequentadores com atividades variadas

André Luiz Antunes Andrade

Postado em 07/04/2022

Segundo uma pesquisa de 2021 do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), dos 210 milhões de brasileiros, 37,7 milhões são idosos, pessoas com 60 anos ou mais. Mais um dado relevante aponta que a partir de 2060 haverá mais idosos do que jovens no país, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Envelhecer faz parte do ciclo natural da vida, porém para viver e aproveitar essa caminhada de forma saudável é preciso cuidado e atenção. Por isso, os Centros de Convivência do Idoso (CCI) podem auxiliar nos desafios e limitações que a idade impõe. O CCI é um ambiente público onde são desenvolvidas atividades físicas, culturais, de lazer, de autoestima e orientações para o envelhecimento saudável e ativo desse público alvo. Na Cidade Ocidental o centro é uma extensão do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS).

A coordenadora do centro na Cidade Ocidental, Viviane Leão, salienta a importância do CCI para os idosos. “As atividades realizadas são importantes para trabalhar a qualidade de vida de modo que eles continuem ativos na sociedade”, destaca Viviane. 

Ter uma alimentação balanceada, praticar atividades físicas e dormir bem são elementos fundamentais para a longevidade. Mas essa realidade não é acessível para todos, inclusive para os idosos que possuem questões não relacionadas apenas à saúde ou bem estar físico e mental, mas aspectos ligados aos vínculos familiares e de amizade.

A médica geriatra Camila Azevedo, 32 anos, destaca a questão familiar. Segundo ela, as famílias nem sempre conseguem acompanhar ou cuidar dos idosos com a dedicação necessária. “O fato de a sociedade ainda não estar preparada para as eventuais limitações que se instalam com doenças crônicas no processo de envelhecimento faz dos CCI uma estratégia legítima para melhorar a saúde dessas pessoas”, diz Camila.

Professora Ivone Souza – Arquivo Pessoal

A professora do Centro de Convivência do Idoso da Cidade Ocidental, Ivone Souza, explica que as atividades desenvolvidas podem ajudar e influenciar a capacidade cognitiva dos frequentadores. “O centro funciona no período matutino e vespertino, então temos várias atividades como ginástica, dança, artesanato, aula de música e temos também rodas de conversa com psicólogos, tudo pensado para os idosos”, diz.

Valter Farias e a esposa Maria Ester, casados há 62 anos, ganharam disposição, alegria e mais liberdade desde que começaram a frequentar o espaço. “A coisa mais maravilhosa que puderam dar para os idosos é isso aqui (o CCI). Não conseguia nem me movimentar por conta da minha coluna, hoje consigo me locomover muito melhor, até mesmo dentro de casa. Quando não estou aqui faço atividades com minha esposa e pego o sol da manhã”, diz Valter.

Maria Ester Farias e o esposo Valter – Arquivo pessoal

Atualmente o centro de Cidade Ocidental ainda não conta com políticas de inclusão digital para os idosos. Segundo a médica geriatra do Distrito Federal, Poliany Ribeiro, existe um abismo entre os idosos e o mundo tecnológico que precisa ser contemplado nas políticas públicas. “É preciso investir em projetos dessa área para que essa classe consiga envelhecer com saúde e independência como nos países mais desenvolvidos”.