Investimentos do GDF em mídias comunitárias fortalece a informação local

Fortalecendo a informação local , o governo do Distrito Federal destina aproximadamente R$ 5 milhões para veículos de mídia alternativas.

Brunna Correia Ramos

Postado em 17/04/2025

Em 2024, o Governo do Distrito Federal (GDF) destinou aproximadamente R$ 5 milhões para veiculação em mídias alternativas, representando 8,55% do total gasto em publicidade. Essas mídias incluem veículos de comunicação comunitária, como jornais, rádios e sites locais sediados no DF. A legislação local exige que, pelo menos, 10% das despesas com publicidade sejam aplicadas nesses veículos, conforme estabelecido pela Emenda 74/2014 ao artigo 149 da Lei Orgânica, proposta pela Deputada Luzia de Paula.

Diversos jornais comunitários no DF desempenham um papel importante na disseminação de informações relevantes para suas respectivas comunidades, como o jornal de Sobradinho, fundado em 2018 pelo jornalista Emícles Nogueira Nobre Júnior, que publica matérias diárias sobre a Região Norte do DF, especialmente as regiões administrativas de Sobradinho 1, Sobradinho 2, Fercal e condomínios horizontais locais. O veículo cobre eventos esportivos, culturais e iniciativas governamentais que impactam diretamente a comunidade. A seleção de pautas é baseada na relevância local, buscando informar os moradores sobre assuntos de interesse para seu cotidiano e as verbas recebidas por programas do governo se tornam essenciais para o cumprimento das funções.

É o que comenta Fabrício Mello, repórter do jornal: “Receber a verba do governo é importante para a continuidade do nosso trabalho, garantindo que possamos informar a comunidade de Sobradinho e as cidades vizinhas, permitindo que a voz local seja ouvida”; e continua: “Os jornais comunitários, como o nosso, são fundamentais para manter a população do lado norte do DF bem informada, destacando assuntos que, muitas vezes, não chegam aos grandes meios de comunicação”, conclui Fabrício sobre a importância das mídias comunitárias para as regiões.

Outro jornal muito importante quando se fala de jornalismo comunitário é o jornal do Guará. Lançado em 1983, é um dos comunitários mais antigos do DF. Com uma tiragem atual de 9 mil exemplares, circula semanalmente e é distribuído gratuitamente em diversos pontos da cidade. O jornal cobre diversos assuntos, incluindo eventos culturais, melhorias urbanas e questões políticas locais. Suas pautas são escolhidas com base na importância para a comunidade do Guará, destacando iniciativas que promovem o bem-estar e o desenvolvimento local.

Rafael Souza, responsável pelo Jornal do Guará e autor dos artigos, diz que pequenos veículos são parte da realidade que retratam e destaca a importância dos jornais locais para os grupos locais. “A principal diferenciação do jornal comunitário é o seu objeto de interesse jornalístico. Voltado a uma comunidade específica, atende à demanda de comunicação de seu grupo pertencente”. Rafael também defende a importância dos meios de comunicação comunitários para o conhecimento das pessoas sobre sua história e sua cidade. “O Jornal do Guará documentou a construção dessa comunidade, suas particularidades e seus símbolos.”

A importância das políticas públicas para o fortalecimento do jornalismo comunitário

O professor Caio Sandro, especialista em Gestão de Políticas Públicas da Universidade de Brasília (UnB), comenta sobre a importância de políticas para o jornalismo comunitário, como forma de fortalecer a informação local. “Os investimentos do GDF em mídias comunitárias são uma iniciativa de grande relevância para a construção de uma sociedade mais democrática e bem-informada. Ao garantir o repasse de recursos para esses veículos, o governo não só fortalece a mídia local, mas também assegura que informações essenciais para a população cheguem de forma rápida e eficaz. Além disso, as mídias comunitárias têm a capacidade de refletir de maneira mais fiel as necessidades e peculiaridades das diversas regiões do DF, algo que nem sempre acontece com os meios de comunicação grandes”, explica o professor Caio Sandro.