A Igreja Metodista da SQN 406, em Brasília, cede espaço para aulas gratuitas de jiu-jitsu e muay thai voltadas à comunidade. As atividades reúnem participantes de diversas faixas etárias e têm como objetivo promover saúde, disciplina e integração social por meio do esporte. As aulas são conduzidas pelos professores Lindberg (jiu-jitsu) e Kadu Monteiro (muay thai), que utilizam dinâmicas e brincadeiras como ferramentas pedagógicas.

“Através das aulas vou introduzindo brincadeiras e exercícios para que os alunos tenham uma mudança em seus hábitos sem que percebam”, explica o professor Lindberg.

A iniciativa teve início a partir de um convite do pastor da igreja, que buscava oferecer uma alternativa positiva para jovens e adultos da região. O projeto também reflete a trajetória pessoal dos instrutores, que viram no esporte um caminho de transformação. O professor de muay thai, Kadu Monteiro, relata que cresceu frequentando os blocos da Asa Norte, onde viu amigos se perderem em meio às drogas e à criminalidade. A prática esportiva, segundo ele, foi decisiva para mudar sua realidade. “O esporte me salvou, graças a Deus e à iniciativa de um senhor chamado Valnor Aguiar, que me tirou de debaixo dos blocos. Ele colocava a gente pra jogar futebol, basquete, vôlei, tudo por conta própria, sem receber nada em troca. Hoje só tento retribuir o que foi feito por mim”, afirma Monteiro.

Horários e funcionamento

As aulas de muay thai acontecem às segundas e quartas-feiras, das 18h30 às 19h30. O jiu-jitsu é oferecido às quartas-feiras, das 19h30 às 20h30, e às sextas-feiras, das 19h às 20h. Todas as atividades ocorrem no salão da igreja, que, segundo os professores, atende bem às necessidades dos treinos. O espaço está aberto para iniciantes e praticantes com diferentes níveis de experiência. O projeto também conta com valores acessíveis, sendo de R$ 80 por mês para as aulas de muay thai e R$ 100 por mês para o jiu-jitsu.

Além dos treinos técnicos, os professores trabalham valores como respeito, autocontrole e superação. As transformações são visíveis, segundo Kadu. “A postura é o que primeiro muda, mostrando autoconfiança e força. A transformação é nítida após os primeiros meses de treino”. A aluna Caylane Pereira conheceu o projeto por meio de um anúncio e decidiu experimentar. Hoje treina tanto jiu-jitsu quanto muay thai. “É inexplicável ver que dia após dia a gente se supera mais. Diria para não perder a oportunidade de conhecer [artes marciais]. É algo que fortalece a mente e o corpo.”

O projeto também prevê exames de graduação e possibilidade de participação em campeonatos, de acordo com o interesse de cada praticante. Para os professores, o mais importante é que os alunos encontrem no esporte uma ferramenta para o desenvolvimento pessoal.